ESCARCÉUS

ESCARCÉUS

Para quem sempre fez assim tão pouco

De flores e de poemas quanto da hora,

Nada te custa ouvir-me noite afora

Até acontecer d’eu ficar rouco.

Parado em teu portão passo por louco,

Conquanto não me deixes ir embora...

Não creio que te divirta ver-me agora

Ou que ames o dramático tampouco.

Contudo, estás aqui: espumando ódios!

‘Inda a ver e rever os episódios

Que advogas em justiça do que sentes.

Berra! Se isso te deixa algo melhor,

Mas não me faças mais pouco do amor

Com tanta raiva e dor, rangendo os dentes...

Betim – 09 02 2015