ENTARDECER
ENTARDECER
E quando cai a tarde ao fim do dia,
Eu sento e sinto o vento no meu rosto
Levar toda a tensão; todo o desgosto,
Para longe d'olhar que, todavia,
Relembra no horizonte a travessia
Em trajetória ao extremo do sol posto.
Inabalavelmente, ali me encosto
Ante a contemplação de quanto via.
Não há porque negar; o fim vem vindo.
O tempo passa e com ele eu -- passando --
Sigo meu triste azar, embora lindo.
Tudo por causa do vento mais brando
Depois d'um dia tão longo enfim findo.
-- “Meu Deus! É d'isto que eu estou falando...".
Betim – 16 01 2015