Rigor mortis


Esta rigidez que ora meu corpo exangue apresenta,
Fruto, talvez, do rigor mortis próprio de quem falece,
E eu em vida faleci, já que nem mesmo me apetece,
Viver a vida sem ti, findando, enfim, esta morte lenta.

Em minhas feições já se observam os primeiros sinais
Do albor mortis, sangue abandonando esta face lívida,
Que enquanto a teu lado se mostrava cheia de vida,
No lugar do sorriso resta agora um esgar, nada mais.

Envolto por rosas e jasmins, como quando no prado
Fizemos amor por tantas vezes, puros e descontraídos,
Minha voz ora calada, desta vez, não ressoará o brado

Ao atingirmos o mundo místico dos orgasmos, mútuos
E simultâneos, próprio deste que tanto amou e  traído
Por sucedâneos, mostrados em seu coração em luto.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 19/02/2015
Reeditado em 19/02/2015
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