CHÃO DE BRINCAR
CHÃO DE BRINCAR
Abri ruas, construí prédios na areia...
Toda a cidade, em vãs arquiteturas,
Refazia como se a obras futuras,
No canto d’uma praça antiga e feia.
Brincava horas ali: meio-dia e meia
Até que me buscassem, já sob juras!
Fascinado então pelas miniaturas
De autos, trem, montes, lagos e aldeia.
Sobre um chão tão meu que me aceita tudo,
Figuro-me o demiurgo displicente,
Que a si recria o mundo diariamente.
Embora fosse só um cabeçudo,
Já a arrastar areia a tarde inteira
Em sua solitária brincadeira...
Betim – 17 07 2014