LANTERNA OBSOLETA
“Ai do Diógenes, coitado”
Transitando p´ las ruas da cidade,
Vendo-a Diógenes muito circunspecta,
Concluiu não haver homem pela certa
Que resolvesse a sua curiosidade.
Homem queria, de qualquer idade,
Que tivesse uma honra bem concreta
Que de pura forma, assaz discreta,
Lhe comprovasse a sua honestidade.
Dias, meses e anos se passaram,
Acesa a sua lanterna à luz do dia
Mas toda a gente dele escarnecia…
Nunca as suas ideias o deixaram
Nem no tonel onde sempre pernoitava
Procurando o tal homem que faltava.
- Eureka, descobri, e sem lanterna
A sua luz é o vinho da taberna
Coitado de mim, que já me não lembrava!
Frassino Machado
In ODIRONIAS