LANTERNA OBSOLETA

“Ai do Diógenes, coitado”

Transitando p´ las ruas da cidade,

Vendo-a Diógenes muito circunspecta,

Concluiu não haver homem pela certa

Que resolvesse a sua curiosidade.

Homem queria, de qualquer idade,

Que tivesse uma honra bem concreta

Que de pura forma, assaz discreta,

Lhe comprovasse a sua honestidade.

Dias, meses e anos se passaram,

Acesa a sua lanterna à luz do dia

Mas toda a gente dele escarnecia…

Nunca as suas ideias o deixaram

Nem no tonel onde sempre pernoitava

Procurando o tal homem que faltava.

- Eureka, descobri, e sem lanterna

A sua luz é o vinho da taberna

Coitado de mim, que já me não lembrava!

Frassino Machado

In ODIRONIAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 18/02/2015
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