O MANDACARU

Mandacaru, a minha gratidão

Recebe pela tua serventia!

A tua florescência pressagia

A chuva benfazeja no Sertão.

Tu serves de alimento à criação

Nos tempos de estiagem tão bravia.

O viajor do lenho teu fazia

Archotes na noturna escuridão.

Estendes os teus braços espinhentos.

E com teus frutos doces, suculentos,

Tu nutres, virtuoso, os passarinhos.

Eu me assemelho a ti, mandacaru:

Resisto às intempéries tal qual tu,

Produzo e faço o bem, e tenho espinhos.