À esperança

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À esperança

Ó virgem menina que trago no anonimato!

Por que foges escondida atrás das aparências,

no breu?

Pensas que sou tolo, insensato;

que não percebo teus olhos

a buscarem os meus?

Quantas manhãs dispendi – obstinado –

ao rés do teu palacete;

Quantas vezes brindou-nos o luar

à hora do flerte.

Ó virgem! Por que foges, de repente?

Queres-me louco, por fim, demente?

Quando apareces, fugindo de mim;

quando me avisas que vens, sempre assim:

Ecoando árias – Ah quão belo sinal!

Fico feliz – acreditas?

Mas a timidez, o pudor – faces malditas,

Levam-te, deixando-me mal.

Crato-CE, 5 de junho de 2007.

13h45min