EM CARNE VIVA

EM CARNE VIVA

Não espero que entendas meus motivos;

Tampouco que percebas meus anseios.

Não justificarei os fins ou os meios,

Que aceitamos por estarmos vivos.

Passados já os anos mais festivos

-- Onde glórias e amores vi alheios... --

Resta a mim explicar sem mais rodeios

A dor ante teus olhos compassivos:

Deixo sangrar a chaga malferida

Na esperança de que ‘inda possa a vida

Se curar sobre o sangue derramado.

E, por fim, volte a erguer minha cabeça.

Certo de que, através da dor, conheça

Uma verdade maior que meu passado.

Betim - 28 08 2014

RicardoC
Enviado por RicardoC em 17/02/2015
Reeditado em 12/06/2015
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