EM CARNE VIVA
EM CARNE VIVA
Não espero que entendas meus motivos;
Tampouco que percebas meus anseios.
Não justificarei os fins ou os meios,
Que aceitamos por estarmos vivos.
Passados já os anos mais festivos
-- Onde glórias e amores vi alheios... --
Resta a mim explicar sem mais rodeios
A dor ante teus olhos compassivos:
Deixo sangrar a chaga malferida
Na esperança de que ‘inda possa a vida
Se curar sobre o sangue derramado.
E, por fim, volte a erguer minha cabeça.
Certo de que, através da dor, conheça
Uma verdade maior que meu passado.
Betim - 28 08 2014