AZÁFAMA

AZÁFAMA

Nada senão cansaços fora o dia,

Perdido em excessivos afazeres.

Não soube hoje d’amores nem prazeres;

Sequer alguma mínima alegria...

Passo apressado p’la rua vazia

Tão alheio à beleza das mulheres,

Quanto de seus mistérios e misteres,

Como não desejasse companhia.

Chegado em casa, nada já percebo.

Abro a garrafa e não sei o que bebo,

N’um gesto maquinal, indiferente.

Restara-me tão-só a noite e as estrelas

Mais um silêncio insólito a envolvê-las

Para o ócio me fazer de novo gente.

Betim - 28 01 2015