AUTÓCTONE

AUTÓCTONE

As raízes entre mim e minha terra

São tão profundas quanto as d’um ipê...

Sondam até que o aquífero se dê

Face à sequidão que o cerrado encerra.

E se a estrada por entre vales erra,

A sua áurea florada me é mercê,

Que por todo sertão a gente vê

A pontilhar aqui e ali a serra.

O sol é forte; a pele, bem morena.

Eu ando aonde ainda se apequena

O olhar que descortina o panorama.

Não sou o único e sei que não serei

O último cujo chão tomou por grei,

Reconhecendo a si no lugar que ama.

Betim - 24 06 2014