PEDIDO

Você meu remédio, sou a sua cura

doce veneno em preterido ritual.

És minha sanidade, sou sua loucura,

fonte da vida, pacífica presa letal.

Deténs no olhar o gume que me mata

a cada dia sua ausência é: agonia.

É errado reter a vida que me escapa?

Agarrar uma esperança do que seria?

Deixa-me lançar último olhar á sua face

antes que o destino mais uma vez separe

os amantes na promessa desse enlace!

Faz-se mister ante a urgência dos combates

que silenciem as armas e a oração os ampare:

Anjos que velam eternamente por seus pares.