À REVELIA
À REVELIA
Eu não quero o que tu queres. Não mais.
Essa estrada que segues não me agrada,
Pois, embora haja eu vã toda jornada,
A tua me destina a sós umbrais.
Não quero ir. Não importa aonde vais
Ou se vou me esforçando para nada.
Anda logo, senão envergonhada
Não chegas hoje nem nunca jamais.
Corre... Enquanto o tempo te é propício.
Sei que a ambição eleva-te alterosa,
Mas o topo é, não raro, um precipício.
Não vou não! Não sei ver a vida em rosa,
Tampouco viver fácil como em vício.
Vai via! És companhia perigosa...
Betim - 28 05 2014