Inferno.

Horas mortas... posam corvos ao monte

Os infernos de mais bestas e... rótulos,

Dos ombros dos embargados e... chulos,

Bradam ao Demo preces duma ponte!

Aquando, noite alta, lua bifronte

A prata a cara, fundir, nas estrelas,

Sombreados, recortam às lembranças

Marés d'ovelhas negras pl'o horizonte!

Os cadáveres! De ossadas que medram,

fontes iguais à minha, que proliferam

Em vã miséria p'ra tanto intento!

Ossos! Não mais medrais! Ficai nas brasas:

--- De que me serve ter corpo com asas,

Se em cara não consigo sentir vento!

Carlos de Carvalho ^ Pink
Enviado por Carlos de Carvalho ^ Pink em 12/02/2015
Reeditado em 26/02/2015
Código do texto: T5134845
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