SONETO I

A solidão, nesse breve momento,

que me aflinge na alma e nos sentidos

quase como um louco que esquecido

passa a vida a sonhar algum lamento

e sobre a epígrafe desse instrumento

do cruel e sanguinário homicídio

dos homens, que aos amores, sobrevivo

entre as ruas de pó e o sofrimento

no âmago do meu ser, um consolo

das noites vazias, embora fartas

de tantas promessas quase vividas

nem mesmo todo reluzente ouro

faria o trabalho cru de mil facas

que dilaceram todas as feridas.

Aiam Onerb
Enviado por Aiam Onerb em 12/02/2015
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