SONETO I
A solidão, nesse breve momento,
que me aflinge na alma e nos sentidos
quase como um louco que esquecido
passa a vida a sonhar algum lamento
e sobre a epígrafe desse instrumento
do cruel e sanguinário homicídio
dos homens, que aos amores, sobrevivo
entre as ruas de pó e o sofrimento
no âmago do meu ser, um consolo
das noites vazias, embora fartas
de tantas promessas quase vividas
nem mesmo todo reluzente ouro
faria o trabalho cru de mil facas
que dilaceram todas as feridas.