A NINFA
A NINFA
I
Pede para esquecer o amor e ser
Amante pelo instante vão d'um gozo.
Conta-me o quanto amar é perigoso
E só quer em meus braços se esquecer.
Houve-de me existir, a mal e bel-prazer,
Porquanto eu lhe fosse embaraçoso.
Na impossibilidade de outro esposo
A essa extremamente ávida mulher.
Quando abandonada, ela nada estranha
Consciente que ciúmes e ilusões
Só têm entorpecido os corações.
E parte para a próxima conquista
Certa que a libido é tal e tamanha,
Que talvez seja a mor coisa que exista.
Contagem – 20 03 2014
II
Que talvez seja amor coisa que exista,
N’algum vago recôndito da gente.
E aquilo que se busca, ardentemente,
Pela noite alta e só, fazendo pista...
Nos braços d’alguém; à primeira vista.
Pode ser que esse encontro lhe acrescente
Outra exacta medida do que sente
Entre dor e prazer, a imagem mista.
Nada há para ela aqui, nem para mim.
Nós não nos temos, logo, não nos damos.
Perdidos os laços já, rotos os tramos...
Deixamo-nos cansados. Sós, enfim!
E estapeio sua cara de desejo
Enquanto lhe dou a outra face ao beijo.
Betim – 15 07 2014