À MEIA LUZ
À MEIA LUZ
Cheirava a almiscarado e cigarrilha.
Interessante, mas... Assim-assim...
Não sei que se dirá ela de mim
Ou d’esse luar que, pleno, maravilha.
Vê-la tagarelar bem peralvilha,
Convenceu-me não ser de todo ruim
Deixar-me elanguescer, ainda e enfim,
Se, a despeito de nós, a lua brilha.
Fosse como fosse, era noite clara.
Pude notar-lhe ao rosto uma luz rara,
Enquanto o seu perfume me instigava.
Então, tudo era mais belo do que era...
Nem soube diferir n’esta quimera
Quem, de facto, a mulher que ali estava.
Betim - 29 01 2015