MUI GUAPA
MUI GUAPA
Tão diferente o olhar do de costume
Tenho quando me ponho a te admirar...
A ti, guapa, que poeto só de estar
Quase perto demais de ardente lume.
Cuido em não me ferir no afiado gume,
Pois, tonto se longo sustento o olhar;
E me achego e te afago sem notar,
Embriagando-me à nuca em teu perfume.
Só lamento que, embora um encantado,
Não seja eu quem está ora ao teu lado
E tampouco eu te esteja ao coração.
Contudo, em se tratando de desejos,
Pouco podem razões, dolos ou pejos...
Tamanha me é a força da ilusão.
Betim - 14 07 2014