PREDADOR

Na noite escura espreita o caçador, sua presa,

De tocaia, em funesta e silenciosa missão

Mal sabe ele que hoje a presa tem mais pressa

Foge de um mal maior que emerge da escuridão.

Não fosse o predador a própria vítima e algoz

Seria cômica e não trágica sua real situação

O mal que despertou atende ao silvo de sua voz

Como um comando independente á reação.

Formou nas sombras o seu pior castigo

Dando corpo e alma ao ser por ele criado

Alimentou ao seio o seu pior inimigo

Agora pelo medo trespassado, jugo feroz

Tem no presente o carrasco do passado

Caçador caçado pela ira de um mal atroz