É tarde! (Arão Filho) / LUNAR (Gajo Costa)

Para a amiga Elen Botelho Nunes

É tarde e pelo céu da noite afora

Estrelas cintilantes, feito círios,

Espalham-se em luzes, feito os lírios

Nas várzeas sob o Sol, aos pés da aurora...

Já passa das dez horas, vou-me embora,

Vou ver aquela Lua em sãos delírios,

Cruzar o vasto céu com seus martírios

Adentro a nuvem cinza que a devora...

Mas, logo, ela linda e navegante,

Ressurge da borrasca, mais brilhante,

Expondo a sua borda iluminada...

É tarde, mas não durmo e vejo ainda,

A Lua majestosa, mais que linda,

Querendo iluminar a madrugada!...

Arão Filho

São Luís-MA, 10.02.2015

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Inspiraddo por seu tão sutil e belo soneto, envio-lhe este em sua homenagem, também publicado hoje em minha página.

LUNAR

Ah! No céu esta lua camuflada

Por trás das nuvens se despe

E na noite refulge despudorada.

Aflige-se o Sol que se despede

O poeta, com sua visão inspirada

Lança seus versos e à tal magia cede

Despeja a lua sua luz dourada

E tanto fulgor, sensual, concede!

Vagueia o poeta, em sua fantasia

Entre as estrelas,delirante, flutua

Vive o prazer do encontro e da busca

Intensamente, seu ser se extasia

Porém, pressente certa amargura

Chegada a aurora, tudo se ofusca...

Um grande abraço, josé