UM DESAMOR ESCRITO NO PAPEL
É duro de sorrir na dor que sinto,
De grande inglória de paixão sofrida,
Mas entendo que são coisas da vida
Tal como um pobre homem já faminto,
Cuja sorte lhe está adormecida
E o azar desgraça-o como um forte absinto,
Pois a tristeza sempre na medida
Exata ataca-o quase por instinto!
Percebo então o quanto a vida custa,
Já que esta realidade é tão cruel,
Que até o próprio medo tanto assusta...
Pois viver o penoso e amargo fel
De um amor de mentira tão injusta,
Belo é somente escrito no papel.
Ângelo Augusto