Não chamem de soneto tais mixórdias

Não chamem de soneto tais mixórdias,

Sem métrica, sem ritmo, sem rima.

Pois chamem “qualquer coisa” (e há discórdia),

Pois nem de poesia se aproxima.

Tem dó de quem compõe. Misericórdia

A quem a essa arte tanto estima.

Sem música, sem som não há concórdia

Nos versos, dessa forma tão divina.

Não é pra qualquer um ser Sonetista.

É ser um extrator da formosura...

Bem mais que ser poeta, é ser artista.

Suprema obra da literatura,

Pois, nesse estilo tão perfeccionista,

Também cada soneto é uma escultura.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 07/02/2015
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