_POR ENTRE NÉVOAS_
Sobre meus versos, paira uma neblina
Voláteis as palavras, a esmo, perdidas
Fugidias emoções, desconexas as rimas
Neste etéreo estado d'alma, a poesia
Triste poeta, que não realiza sua sina
Preso a uma realidade assim entorpecida
A inspiração difusa na névoa se confina
Linhas dispersas, que jamais serão lidas
Talvez assim seja a poesia em estado puro
Plenitude ou vazio, fusão de alegria e dor?
Tantos sentires sem nome a alma habitam...
Muito além, mal perceptíveis susssurros
O que traduziria este enigmático torpor?
Seria então magia que em mim se agita?
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