A INCOMENSURÁVEL DEUSA.
Quem pode te vencer, ó musa ingente,
Em noites de luar, num olhar de amor,
Nos olhos de uma mãe vendo um inocente
Sentindo o seu amparo e o seu calor.
Quem pode te vencer, Vendo a cascata...
E em margens borrifadas, meiga flor...
Chamam-te poesia, tens a dor
No doce refletir de uma sonata...
Quem pode te vencer se a dor é doce,
É misturar-te ao pranto com o albor...
Te chamam de poesia como fosses
Apenas sentimentos sem valor...
Tu és a poesia, deusa ingrata
Inatingível ao parco trovador.