ELA
Perco-me das horas em teus olhos...
Eles que, ora vívidos, ora melindrosos,
Trituram a carne da minha paixão;
Levando-me cativo aos mistérios da ilusão.
Rastejo-me fronte a baixo no desejo
De tocar teus lábios sem ensejo,
Assim: de repente oscilação.
Como os nascidos da criação,
Que envoltos de inocência e mistério,
Entregaram-se às palpitações desconhecidas,
O que causa em mim um claustro vitupério...
Cuja realidade irrompe cruelmente desmedida
E faz de mim um servo da loucura silenciosa
Por não poder gritar do peito essa vontade dolorosa...