Ingratidão
Quando era eu que matava a tua fome,
Não vistes em mim quaisquer defeitos,
Porém, a partir que exigi meus direitos,
Foi que tu questionastes o meu renome.
Então tu desdenhastes dos meus feitos;
Para fazer isso tua boa memória some,
Como não valorizas mais o meu nome,
Agora tu falas até sobre meus trejeitos.
Depois que dei para ti todo o meu dote,
Mostrou-se então quem eras consciente:
És uma serpente com o teu velho mote!
Mas saibas, do teu veneno estou ciente,
E não se enrodilhe para dar o teu bote,
Pois te digo que já não sou tão paciente.