Leve desalento

Paro na encruzilhada onde a morte paira lenta

Onde o tempo para e a vida parece pouco, nada

Neste ermo de soberba tirania de sorte pestilenta

Encontro osso de um tempo que jaz e se enfada

Sonho com campos verdejantes, pera doce macilenta

E com o sorriso que feneceu nesta boca acabada

Vejo nas janelas desta alma cansada a sorte marrenta

Que não veio, que se perdeu, na força toda esgotada

O peito de som sepulcral, covil de dores peçonhentas

Formas de sofrer diversas onde estive em horas incertas

E ainda sinto o teu gosto no veneno mental que sorvo

No tormento da lembrança interminável, grita o corvo

Perco o rumo na rua sem nome, perco a alma por desgosto

E nem era um mês bom, ainda era o começo e não agosto.

Lordbrainron 02/02/2015

lordbyron
Enviado por lordbyron em 02/02/2015
Código do texto: T5123395
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