SOU A NOITE, A MADRUGADA, A MÃO E O VENTRE DUMA MULHER
SOU A NOITE, A MADRUGADA, A MÃO E O VENTRE DUMA MULHER
Sou a noite obstinada que determina,
Num quarto triste dormindo co'a lua cheia,
Aquela noite desprezada, que se enleia,
Onde uma lua tétrica que mesmo me ilumina.
Sou uma madrugada a quem se destina,
Na embarcação da vida que mesmo entonteia,
Que osculo no ventre duma bela candeia,
Na madrugada trémula e mesmo mui fina.
Sou a mão mesmo muito a sério calejada,
Do meu grande sofrimento, enregelado,
Incompreendido e muito mesmo desiludido.
Sou o ventre estreito duma linda e bela Mulher,
Co' os seios esbeltos qu'estão mesmo a sofrer,
Naquela tristeza profunda mas mui escondida.
LUÍS COSTA
18/04/2010