SONETO SÓ

Só em soledades vão-se os dias.

Cantando a canção vespertina de

Uma nota só, eis que estou sozinha.

Vão-se os dias em completa letargia.

Solitárias verdades, rimas caóticas.

Prantos sem lágrimas, lua sem sol.

Rio sem água, seca patética...

Mar sem farol e outro arrebol.

E no final da curva da estrada,

Parada a acenar as mãos,

Minha amiga solidão.

Sem saber se o gesto é de adeus

Ou de boas vindas, percebo que nunca

estive só, tendo-a como companhia.

Tânia Mara Camargo
Enviado por Tânia Mara Camargo em 03/06/2007
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