SONETO SÓ
Só em soledades vão-se os dias.
Cantando a canção vespertina de
Uma nota só, eis que estou sozinha.
Vão-se os dias em completa letargia.
Solitárias verdades, rimas caóticas.
Prantos sem lágrimas, lua sem sol.
Rio sem água, seca patética...
Mar sem farol e outro arrebol.
E no final da curva da estrada,
Parada a acenar as mãos,
Minha amiga solidão.
Sem saber se o gesto é de adeus
Ou de boas vindas, percebo que nunca
estive só, tendo-a como companhia.