Deusa e Rainha das Águas


Quando me vejo refletido no translúcido verde
De teus olhos quando me fitas e, então, reflito
Sobre a efemeridade da vida, até sobre o mito
De que a eternidade é contida no instante de ver-te;

Quando me cubro com o ouro de teus cabelos,
Que me envolvem em sonhos quiçá de menino
E com eles divago pelo universo, sem destino,
Cavalgando o corcel livre, pelos campos, no pelo;

Quando te vejo caminhar sobre as plácidas águas
Do lago formado por minhas pungentes lágrimas,
Vertidas no transcorrer da vida, por tantas mágoas,

Concluo, enfim, que és das águas a Deusa, a Rainha,
Vaticinada, há séculos, em tantas apaixonadas rimas
De outros poetas, infelizmente não só nas minhas.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 30/01/2015
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