Canto à vida


Do pranto que ora me assola, nele ainda guardo
o canto que, sei, virá um dia, pois nada é eterno,
substituir o riso que sempre entoei, franco e terno,
nestas cíclicas mudanças da vida de um bardo.

Do canto entoado por toda esta vida, sofrida,
em que, contudo, jamais me senti esmorecido,
encantado, principalmente, por tê-la sempre vivido
a cada momento grato pelas emoções vividas.

Quando a alma chora e, logo após, canta,
Sem se sentir tolhida por fugazes sofrimentos,
E mesmo em meio às lágrimas se encanta,

Sem saber ou poder definir se é azar ou sorte
Estas cíclicas mudanças de meu pensamento,
Que, por certo, culminarão com minha morte.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 29/01/2015
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