Paixão antiga
Eu relembro umas coxas bem louçãs
De uma moça que agora está distante
Que pra mim se doou como amante
Com as graças das doces aldeãs
Era fresca qual brisa das manhãs
De risada festiva radiante
Seu cabelo castanho ondeante
Me prendia sem dó em seus divãs
Eram muito profanos os idílios
Os seus olhos, seus lábios, os seus cílios
Seu tesão, sua voz numa toada
Fez daquele despudorado ardor
Um faustoso consumo de amor
Concubina bem mais que namorada.
Russas, 26 de janeiro de 2015