Mágoa?

Ah! Mágoa? Não desejo, não, senti-la,
sequer pretendo dar-lhe abrigo, espaço
no coração. A mágoa traz cansaço
e verte amargo fel dentro a pupila.
 
Aquele que o amargor do fel destila,
recolherá tristeza,  dor, fracasso,
nem sua sombra há de seguir seu passo,
preferirá ir só, porém tranquila.
 
Evito seus liames, não afago-a,
pois quero paz – com todo o seu dulçor –
e muita luz na estrada, a meu dispor.
 
Eu não destilo, não, o fel da mágoa
que entulha o coração e os olhos d’água
e afoga a própria vida em mar de horror.
 
Brasília, 26 de Janeiro de 2015.
 
Absinto e Mel, pg. 26
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 26/01/2015
Reeditado em 03/08/2020
Código do texto: T5115010
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