A solidão num Oásis moderno

Parece um sândalo, que incensa a aurora de quedo amparo,

que só sente o aroma das flores de uma solidão perfumada.

Tem surda alegria no oásis, de abraço cada vez mais raro,

num mundo moderno, de geração ruidosa de silêncio do nada.

A paisagem nem sempre é bela, mas de esplendente cegueira,

na qual os incautos sem corpo e sem alma não conseguem ver.

Constroem castelos perdidos naquele espaço da ilusão primeira,

com seus seguidores, que fazem do amor um minúsculo querer.

Correm pelas aurículas as amálgamas digitações do caos solitário,

em direção aos ventrículos do seu monitor, de olhos presos no laço,

sem flora e sem fauna, é vida sem vida, sem herança ou relicário.

E há sangue correndo em veias de gigantes por aquele micro espaço,

na imensidão de quartos pequenos em redes sociais sem calendário,

aguardando que amigos saiam da tela pra lhes darem um abraço.