SONETO DA EXPOSIÇÃO.
... Por um instânte sou extensão da calma,
por outro o universo tenso de uma alma,
que resvala na transisão entre céu e terra,
travo em mim sorriso farto e fria guerra.
Sou rio que lambe a umidez das margens,
sou o fino banquete do repasto das vargens,
na boca sequiosa dos animais erbivoros,
ou sou também a avidez dos carnívoros.
Sou uma engrenagem bela e confusa,
sou um poeta na via a procurar a musa,
como ondas do mar a tocar a quente areia.
Ah,sou um prado varrido pelos olhares,
sou uma tempestade de gotas salutares,
que entre o bem e o mal como luz permeia.