SONETO DO DESAPONTO.
Espinho foi ver-te em claro dia,
no altar de um poema distânte,
misturada em metáfora arredia,
me perdi na rapidez de um instânte.
Ver-ti assim tão bela e cálida,
tão meiga e no entanto tão mística,
envolvida em uma linguagem polida,
enrolada num tecido tão drástico.
Há que espinho,esplendor da dor,
é descobrir este teu desequilíbrio,
oh estrela apagado no vale d'amor.
Como doi olhar-te entre o vasto nada...
como abrir-te a luz deste amor tão sóbrio,
que em mim derrama tanta dor calada.