Pedra viva
Da pedra brota o caule: a pele dura
no vento, vascular, úmido braço.
A vida cresce rápida num laço
de fogo, de arabesco, de ternura.
Em volta o néctar costurado ao maço
de soluços, um âmbar, dobradura
fluindo pela terra em forma pura
de fêmea semeada, e um tosco abraço
Desfere contra o círculo de susto.
Não há quem colha sua ciência nova:
O rosto à mostra, desnutrido, o custo
de erguer-se, tão sem água, tão sem prova,
camufla todo o ouro. E a própria cova
elabora na flor do mundo injusto