SENILIDADE

Vendo, no espelho, meu rosto vincado,

Sinto que vida, aos poucos, termina

E, em cada sol que à tarde se declina,

Vejo que o tempo se esvai apressado.

Se tento lembrar coisas do passado,

Meus olhos se perdem no dobrar da esquina

E, no pensamento, faz-se uma neblina

A ocultar de mim o caminho andado.

Porém, o desdouro de um amor vivido,

Por mais que eu tente fazer de esquecido,

A todo o momento minha mente invade...

E, assim, eu espero a morte chegar;

Se não lembro coisas que quero lembrar,

Nunca me esqueço de sentir saudade...

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Agradeço a interação da Estimada

amiga e poetisa BETE RIBEIRO.

Felizes são aqueles que assim podem chegar

a tal fase da vida e assim poetizar.

São tão poucos dispostos a se entregar

a uma vida de saudades,

Sobreviver por amar!

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Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 21/01/2015
Reeditado em 04/02/2015
Código do texto: T5109475
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