SENILIDADE
Vendo, no espelho, meu rosto vincado,
Sinto que vida, aos poucos, termina
E, em cada sol que à tarde se declina,
Vejo que o tempo se esvai apressado.
Se tento lembrar coisas do passado,
Meus olhos se perdem no dobrar da esquina
E, no pensamento, faz-se uma neblina
A ocultar de mim o caminho andado.
Porém, o desdouro de um amor vivido,
Por mais que eu tente fazer de esquecido,
A todo o momento minha mente invade...
E, assim, eu espero a morte chegar;
Se não lembro coisas que quero lembrar,
Nunca me esqueço de sentir saudade...
*********************************
Agradeço a interação da Estimada
amiga e poetisa BETE RIBEIRO.
Felizes são aqueles que assim podem chegar
a tal fase da vida e assim poetizar.
São tão poucos dispostos a se entregar
a uma vida de saudades,
Sobreviver por amar!
*********************************