A COBRA
Na selva escura, a cobra já rasteja,
Em busca duma presa pra comer,
Pois isso dá-lhe força no prazer
Que ela para si mesma mais deseja.
Já que ela como um cão assim fareja,
O rasto já possível de entender,
Para que possa então sobreviver
À fome que a matá-la tanto almeja.
E assim a cobra feia faz-se à vida,
Pois ela contra o tempo trava a luta,
Que mais tarde ou mais cedo perderá...
Mas na terra ela sente-se acolhida,
Já que é tão rápida, letal e astuta,
Não fosse um ser de natureza má!
Ângelo Augusto