LÚRIDA ÓPTICA
A tua sombra, seca, amarga, triste,
Detida ainda no silêncio meu,
Disforme desespero que me assiste,
Contra a luz de um Amor que não morreu.
A tua sombra, co' punhal em riste,
Criando ainda vasto e longo breu,
Obstinado pavor que não desiste,
Mal enorme que não se arrependeu...
E se eu pensasse em teu abraço agora,
Que olhasses neste olhar que apenas chora...
O tempo já me deixa amedrontado...
Não sei mais onde pus a nossa calma,
É tristeza essa sombra da tua alma,
Escuridão de não te ter ao lado...