Confesso-me, falível, nesta fresta

Confesso-me, falível, nesta fresta

Onde o rosto pioneiro não repele

O afeto mal vestido, onde o amorfo

Inofensivo, corvo transparente,

Parte ao passado convertido em pena

dissonante (ao sorriso enfurecido).

Não hoje ou ontem, vocativo: fonte

emoldurada de espirais suspiros.

Mas sempre, desde um quando. Nota velha

Que não engole o gelo, salivando

Pelo canto das vértebras pentelhas.

No sono há qualquer fresta caricata

Em que a borda do tempo se equaliza

A esta canção, messiânica, boiando.

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 19/01/2015
Reeditado em 27/02/2015
Código do texto: T5106978
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