jornadas de junho
quem onde esconde, pra nós, a desgraça?
milhões de luzes e as cruzes da noite
são as desculpas e a culpa do açoite
recai na pedra, o palácio e a vidraça
vigília de gritas dura o pernoite
endurece, espalha e dispersa as massas
finda as palavras de ordem nos cartazes
chuvas de bombas, de pedras e paus
só que ecoa, nos cantos, as mesmas frases
revanche à perda, reinício do caos!
muda ao giro de cento e oitenta graus!
que gera o medo no enredo das pazes
trincheira binária: os bons contra os maus!
penhora o sonho! mudamos de fase...
12/10/2014