SONETO AO DESENCANTO
A rigor o viver é pérfido teatro
Artifício para incautos inocentes
Em cismares por luzes incandescentes
Dum outono regido no funesto atro!
O caminhar conduz ao fundo báratro
Semelhante à sina de estrelas cadentes
Que findam em átimos incandescentes
Reprimido pelo sofisma hipniatro!
Ah, esse desencanto expresso é de fato
Qual poeira dispersa ao langor do vento
São os destroços do sincero sentimento
Arruinado no desejar putrefato
Que desprovido de clemência ou acato
Forjou a aço a mágoa no coração sedento!