E Aquilo que parecia impossível

E aquilo que parecia imutável...

Na imensidão destas planuras

Defronte a um capão de mato.

Saladeros e tropeiros pelas lonjuras

Presenciavam a vida naquele rincão pacato.

Um velho rancho, já tapera, despontava

Onde o cantar do quero-quero se fazia canção

E apenas o silêncio do alambrado testemunhava

O apego e o carinho de Maria por João.

O relógio do tempo corria feito um rio que desagua no mar.

E aquilo que parecia imutável, a “civilização” fez naufragar.

Maria chimarreava amarga e solita, Joãode adaga peleava no Batovi.

A fumaça cinza da chaminé industrial os raios do Sol ofuscava

E o velho paisano João, voltando dos fortins de combate, baleado pensava:

“Me perdi ou será que o tempo passou e eu não vi?”

IOLANDA BOTELHO BORBA

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