SONETO DO AMOR DISTANTE

Vem o pranto escondido, receio de sentir

O amor platônico, a crescer em mim

Ausência de alguém que não consigo fugir

Delírio abrasivo a cessar na ilusão, enfim

A solidão, cúmulo da continência, perdura

Num vácuo de palidez e angustia inefável

Romance, subterfúgio ao enlouquecer provável

O suprassumo do existir que a alma procura

Oh “mal-do-século” ingrato a vida me imputa

Tento depurar meu ser do gostar imaturo

Mas escravo, embriago-me de envolvente cicuta

Eis o ser incorrespondido, no murmúrio inglório

A transformar a amada num querer pictórico

Por tal devoção, lastimo-me com tanto apuro

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 14/01/2015
Código do texto: T5101958
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