PELAS RUAS DE QUINTANA
Lembro a história de Quintana passarinho
e posso vê-lo voando os céus das ruas
de minha cidade. Há muito vive sem ninho,
poeta que é. Nas mãos dele repousam nuas
as percepções vedadas a simples mortais.
Percorro as ruas nas quais ele não andou,
mas, nos ruídos, na lua, percebo os sinais
da passagem dele. Foi em mim que ele ficou
dizem os céticos e sussurram os incautos.
Respondo, enfático: vocês todos passarão!
No juízo final, serão reexaminados os autos
e nenhum testemunho servirá como prova
a retirar dele a humana e divina razão
de uivar versos, ainda que a lua seja nova.
Lembro a história de Quintana passarinho
e posso vê-lo voando os céus das ruas
de minha cidade. Há muito vive sem ninho,
poeta que é. Nas mãos dele repousam nuas
as percepções vedadas a simples mortais.
Percorro as ruas nas quais ele não andou,
mas, nos ruídos, na lua, percebo os sinais
da passagem dele. Foi em mim que ele ficou
dizem os céticos e sussurram os incautos.
Respondo, enfático: vocês todos passarão!
No juízo final, serão reexaminados os autos
e nenhum testemunho servirá como prova
a retirar dele a humana e divina razão
de uivar versos, ainda que a lua seja nova.