Soneto da despedida

Quando o sol for desbotar a sua luz

E as flores murchar a esperança

Desfaleça o orvalho por vingança

Da saudade que hei de levar na cruz

Minha mãe, que a inocência reluz

Desde os afetos quando criança,

Vela teu filho a doce lembrança

Soluçando a dor que te faz jus

Desse amor que à vida inteira amei

Tu possas no fim, ainda me dizer:

-permanecerás vivo nos dias meus!

Que a véspera do dia de eu padecer

Ou se triste, ou se alegre - estarei

Em silencio na eternidade de Deus!

8 de Janeiro de 2015

Jairo Araújo Alves
Enviado por Jairo Araújo Alves em 09/01/2015
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