Soneto da despedida
Quando o sol for desbotar a sua luz
E as flores murchar a esperança
Desfaleça o orvalho por vingança
Da saudade que hei de levar na cruz
Minha mãe, que a inocência reluz
Desde os afetos quando criança,
Vela teu filho a doce lembrança
Soluçando a dor que te faz jus
Desse amor que à vida inteira amei
Tu possas no fim, ainda me dizer:
-permanecerás vivo nos dias meus!
Que a véspera do dia de eu padecer
Ou se triste, ou se alegre - estarei
Em silencio na eternidade de Deus!
8 de Janeiro de 2015