O RIO
O rio de águas soltas e inquietas
Tem a sua nascença na montanha,
E vida dentro dele sempre ganha,
Composta pelas suas próprias metas.
Pois nele muitas vidas são secretas,
Já que na escuridão esconde a aranha
Mortífera, que tem uma tamanha
Força sobre as imagens indiscretas.
E cada ser que vive em seu lugar,
Sobrevive da luz de cada dia
Como se nada mais no mundo importe!
O seu percurso é sempre até ao mar,
Tal e qual como a vida que inicia
Dentro dele e que acaba em dura morte.
Ângelo Augusto