SUBMISSO
Às vezes eu me flagro pensativo
Absorto, olhar perdido... Então, questiono
Por que te dedicar a noite, o sono
Se dizes ser o adeus definitivo?
Por que do peito logo não removo
Os rastros de lembrança? Oh, desatino!
Pediste que encarasse meu destino
Buscasse outro caminho, um rumo novo
Insisto e pode não valer a pena
Aos brados, a razão tudo condena:
"Querendo, d'aflição te desvencilhas"
Embora sangre triste, amargurado
O coração se nega a ser tocado
Pelo perfume estranho doutras trilhas