O meu verso se encheu de silêncio
E gritou espantando a madrugada
Que enxugava o orvalho com lenço.
O lenço era de pétalas amareladas.
 
O meu verso se encheu de luz matutina
Que iluminou a montanha mais escura,
Fez brilhar os olhos lastimosos da menina
Que engomava a tristeza com lisura.
 
O meu verso se encheu de terna lembrança
Que arrebatou as pedras daquele caminho,
Renovou o doce sabor da perseverança.
 
O meu verso se encheu de verve esperança
Colorindo o véu negro de verde marinho,
Tremeluziu o espírito infausto de temperança.
Ademar Siqueira
Enviado por Ademar Siqueira em 07/01/2015
Código do texto: T5093543
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