As pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...

Vai-se outra... mais outra...enfim dezenas

De pomba vão-se dos pombais, apenas

Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada

Sopra aos pombais de novo elas, serenas,

Ruflando as asas, sacudindo as penas,

Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,

Os sonhos, um por um céleres voam,

Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam

Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,

E eles aos corações não voltam mais...

Raimundo Correia

Raimundo Correia
Enviado por Maria Aparecida A da Silva em 06/01/2015
Código do texto: T5092292
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